
Com a chegada do verão, a combinação de altas temperaturas, chuvas frequentes e hábitos alimentares mais relaxados aumenta a incidência de doenças gastrointestinais, popularmente conhecidas como “viroses de verão”. Esses problemas de saúde, que incluem as gastroenterites, são causados principalmente pelo consumo de água e alimentos contaminados ou pelo contato com águas impróprias em praias e rios.
Para ajudar a população a se proteger, a infectologista Dra. Joseani Coelho Pascual, associada à Associação Médica de Londrina (AML), destaca as principais orientações e cuidados necessários.
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Principais causas das ‘viroses de verão’
As gastroenterites podem ser provocadas por diferentes agentes, como vírus (rotavírus, norovírus, astrovírus, entre outros), bactérias, parasitas e toxinas presentes em alimentos ou água contaminada. Os principais fatores de risco incluem:
- ingestão de água de procedência desconhecida;
- consumo de alimentos mal armazenados ou crus, como carnes, pescados e mariscos;
- leite não pasteurizado e derivados;
- frutas e hortaliças mal lavadas;
- falta de higiene pessoal;
- saneamento básico precário.
Além disso, o hábito de frequentar praias logo após chuvas também eleva o risco de contaminação, já que resíduos e esgotos podem atingir o mar, tornando as águas impróprias para banho.
Sintomas mais comuns
- diarreia (às vezes com presença de muco ou sangue);
- náuseas e vômitos;
- febre;
- dor abdominal;
- mal-estar geral.
Em casos mais graves, quando há sangue nas fezes (disenteria), a causa geralmente está associada a infecções bacterianas, que podem exigir tratamento médico específico.
Prevenção: hábitos que fazem a diferença
A prevenção das gastroenterites de verão começa com medidas simples de higiene e cuidados com a alimentação:
- Lavar bem as mãos antes de preparar ou consumir alimentos e após usar o banheiro.
- Consumir água filtrada ou mineral, evitando fontes desconhecidas, como rios, poços ou cachoeiras.
- Manter alimentos bem refrigerados e observar as condições de armazenamento em supermercados, bares e restaurantes.
- Evitar alimentos crus ou mal cozidos, especialmente carnes, pescados e mariscos.
- Proteger os alimentos contra insetos e animais de estimação.
- Evitar praias impróprias para banho e nunca entrar no mar nas 24 horas seguintes a uma chuva.
Tratamento e sinais de alerta
Em caso de sintomas como diarreia, náuseas ou vômitos, a principal recomendação é reforçar a hidratação com água, água de coco ou soluções de reidratação oral. A maioria dos casos é autolimitada, ou seja, os sintomas desaparecem em até 14 dias.
No entanto, é essencial procurar atendimento médico caso haja piora dos sintomas, sinais de desidratação (como boca seca, tontura e redução da urina) ou persistência do quadro por mais de três dias.
Atenção ao norovírus
O norovírus, identificado nas fezes de pessoas que adoeceram durante um surto da virose no litoral de São Paulo no início de 2025, é uma das principais causas de gastroenterite em todo o mundo. Extremamente contagioso, pode se espalhar rapidamente em locais com aglomerações, como praias, festas e cruzeiros. Apenas um episódio de vômito de uma pessoa infectada pode contaminar até 150 mil pessoas por meio de partículas virais aerossolizadas.
Os sintomas, como febre baixa, vômitos, dor abdominal e diarreia, costumam surgir de 10 a 51 horas após a exposição e, na maioria dos casos, desaparecem em até três dias.
Dicas finais
- Fique atento às sinalizações das praias: locais com bandeira verde são próprios para banho, enquanto bandeira vermelha indica risco.
- Evite aglomerações em ambientes com baixa ventilação e higienize superfícies regularmente.
- Sempre observe a higiene de lanchonetes, quiosques e restaurantes antes de consumir alimentos no local.
Por Comunicação AML – Infinita Escrita