A médica pneumologista Dra. Ana Muzio, diretora do Departamento de Pneumologia da Associação Médica, dá dicas de prevenção e cuidados com as síndromes respiratórias

A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), iniciou a divulgação semanal do Boletim Informativo sobre Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e Síndrome Gripal (SG). A proposta da publicação é ampliar a transparência sobre a circulação de vírus respiratórios na cidade, atualizando a população e profissionais de saúde com dados sobre notificações, óbitos, atendimentos nas unidades de urgência, testagem e cobertura vacinal. O material está disponível nos perfis oficiais da SMS (@saudelondrinaoficial), da Prefeitura (@prefeituralondrina) e no site blog.londrina.pr.gov.br.
O boletim mais recente, referente à semana de 1º a 7 de junho, aponta leve queda nas notificações de SRAG – de 45 para 38 casos em relação à semana anterior – mas aumento no número de óbitos, que passaram de 64 para 68. Entre as mortes registradas, 11 foram causadas por Covid-19, outras 11 por influenza, e os demais por vírus sincicial respiratório (VSR), outros agentes virais ou etiologias não especificadas.
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A circulação viral nas unidades sentinelas (PAI, UPA Sabará e Hospital Universitário) também apresentou alta na positividade dos testes para vírus respiratórios, subindo de 63,6% para 76%. Os vírus mais comuns identificados foram Influenza A, VSR, rinovírus e adenovírus. Segundo a secretária municipal de Saúde, Vivian Feijó, o Influenza A tem predominado entre adultos, especialmente idosos, enquanto o VSR é mais frequente em crianças.
Nos serviços de urgência da cidade, mais da metade (51,79%) dos atendimentos no Pronto Atendimento Infantil (PAI) tiveram relação com síndrome gripal, um aumento em relação à semana anterior (50,9%). Nas UPAs e demais PAs, o índice passou de 16% para 24,6%.
Em relação à vacinação contra a gripe, houve leve crescimento na cobertura, que subiu de 42,03% para 44,80% do público-alvo. Entre os idosos, a taxa passou de 49,28% para 51,95%; entre crianças, de 22,80% para 26,07%; e entre gestantes, de 21,14% para 22,17%. Mesmo com os avanços, os índices estão bem abaixo da meta recomendada de 90% para os grupos prioritários.
Orientações médicas: como se proteger das síndromes respiratórias
Para ajudar a população a se proteger das síndromes respiratórias durante os meses mais frios, a médica pneumologista Dra. Ana Muzio, diretora do Departamento de Pneumologia da AML, reforça que a prevenção começa com cuidados simples no dia a dia.
Entre as principais recomendações, estão:
- Agasalhar-se bem, especialmente em dias de baixa temperatura.
- Manter os ambientes bem ventilados, mesmo no frio.
- Evitar aglomerações em locais fechados.
- Lavar as mãos com frequência.
- Usar máscara ao entrar em contato com pessoas com sintomas respiratórios.
- Manter uma alimentação equilibrada e boa hidratação.
- Evitar exposição à fumaça de cigarro e à poluição.
- Tomar as vacinas recomendadas, especialmente a da gripe.
- Pacientes com doenças respiratórias crônicas devem manter o tratamento em dia com acompanhamento médico.
Quando a gripe pode ser considerada grave?
De acordo com a Dra. Ana Muzio, a gripe passa a ser preocupante quando apresenta sinais de agravamento, como febre alta persistente por mais de três dias, falta de ar, dor no peito, fraqueza generalizada, tontura ou confusão mental. A tosse também merece atenção quando se intensifica, vem acompanhada de grande quantidade de secreção ou, especialmente, de sangue. Esses sintomas indicam a necessidade de avaliação médica imediata, pois podem sinalizar complicações como pneumonia ou evolução para síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
Crianças e idosos exigem atenção redobrada
Segundo a Dra. Ana, esses grupos podem apresentar sintomas diferentes e nem sempre típicos.
Em crianças, observar:
- Respiração acelerada.
- Chiado persistente no peito.
- Febre alta.
- Lábios ou boca azulados.
- Dificuldade para mamar ou se alimentar.
- Sonolência excessiva ou irritabilidade.
Em idosos, os sinais podem ser mais sutis:
- Aumento da falta de ar.
- Cansaço extremo ou dificuldade para se locomover.
- Queda do estado de consciência, sonolência ou confusão mental.
- Febre alta persistente (atenção: idosos podem não apresentar febre).
- Piora da tosse com secreção abundante.
Como cuidar e quando buscar atendimento hospitalar
Nos casos leves, a recuperação pode ser feita em casa com algumas medidas básicas: manter alimentação equilibrada, hidratar-se bem, evitar esforço físico e respeitar o repouso são atitudes que favorecem o sistema imunológico. O acompanhamento médico e o uso correto de medicamentos também são fundamentais para o controle dos sintomas.
No entanto, a internação pode se tornar necessária diante de sinais de agravamento, como piora da falta de ar, queda da saturação de oxigênio ou da pressão arterial, arritmias, confusão mental, sonolência intensa, febre persistente ou sinais de desidratação. Também merecem atenção especial os pacientes com doenças crônicas, como asma, DPOC, diabetes, doenças cardíacas ou renais, que podem descompensar diante de infecções respiratórias.
“É importante reconhecer os sinais de agravamento, especialmente nos grupos de risco, para agir rapidamente. A maioria dos casos gripais evolui bem, principalmente em pessoas saudáveis, mas a atenção aos sintomas evita complicações e salva vidas”, finaliza a Dra. Ana Muzio.
Por Comunicação AML: Infinita Escrita com assessoria de imprensa da PML