HISTÓRIA

AML

Quando o município de Londrina completou sete anos de existência, um grupo de médicos, farmacêuticos e dentistas se propôs a fundar uma entidade de classe para cuidar dos interesses das respectivas profissões. O objetivo dos integrantes do grupo era a promoção de reuniões para aproximar os profissionais e também o aprimoramento científico. A primeira reunião foi realizada em 22 de junho de 1941, já com o objetivo de fundar a Sociedade Médica, Odontológica e Farmacêutica de Londrina. Por aclamação, são eleitos o presidente, o médico Adolfo Barbosa Góis, e o secretário, o farmacêutico Orestes Medeiros Pullin. Em 18 de outubro de 1941, foi aprovado o estatuto social e criada a entidade, que passou a se chamar Sociedade Médica de Londrina, apesar da participação no quadro associativo de outros profissionais do ramo da saúde. Também foi firmado acordo para que cada grupo de profissionais constituísse sua própria entidade no futuro. Em 1956, a Sociedade Médica de Londrina passou a se chamar Associação Médica de Londrina, por força de uma alteração de seu estatuto social. Nessa época, as atividades científicas eram modestas em relação às da capital do estado, sempre realizadas em uma sala locada. A própria sede da entidade foi transferida várias vezes de local, até 1964, quando foi organizado o primeiro evento em sede própria, ainda inacabada.

Quanto às discussões nas primeiras reuniões, os convidados ou os próprios sócios preparavam os temas e os apresentavam, tendo a oratória como principal recurso. Apenas em 1944, por iniciativa do então presidente, o médico Newton Câmara, iniciou-se a organização dos eventos científicos da entidade, com um congresso regional anual de medicina. Por sugestão do professor Mário Abreu, notável mestre da medicina paranaense, o evento recebeu o nome de Semana Médica Regional do Norte do Paraná. Na época predominava a medicina generalista, mas já havia um especialista na instituição, um oftalmo-otorrinolaringologista. A prática cirúrgica também fazia parte da programação, com demonstrações realizadas na Santa Casa de Londrina. Foi a fórmula encontrada para a atualização, que contava com a participação de inúmeros expoentes da cirurgia nacional.

Nos anos seguintes, é digna de registro a instalação da Regional do Norte do Paraná, do Colégio Internacional de Cirurgiões, em 1950. Em 1966, a partir do 21º encontro, o evento passou a ser denominado Congresso Médico de Londrina. Os encontros passaram a acontecer em maior quantidade, conseqüência do próprio avanço da medicina e do reconhecimento das especialidades médicas.

Em 1968, os departamentos científicos da AML existentes foram institucionalizados com a adoção de regimentos internos, com o intuito de facilitar as promoções científicas e a reunião de especialistas. Assim, o Congresso Médico de Londrina passou a ser de realização bienal em 1972.

Em 1991, a AML firmou um convênio com o Ministério da Saúde, por meio da Prefeitura de Londrina, para criar meios para a instituição do PEC – Programa de Educação Médica Continuada. Neste mesmo ano, foi assinado um protocolo de intenções, visando a integração do CCS/Hospital Universitário e da AML. Foi instituída também uma jornada médica para os anos ímpares, além de inúmeros eventos de cirurgia realizados pelo Departamento de Cirurgia Geral, como jornadas, cursos, painéis. A contribuição dos cirurgiões para a entidade de classe também é marcada pela participação nas diretorias.

EX PRESIDENTES

Adolfo Barbosa Góis, em 1942;
Caio de Moura Rangel, 1943;
Newton Leopoldo da Câmara, 1944;
João Figueiredo, 1945;
Orlando Vicentini, 1946;
Anísio Figueiredo, 1947;
Dirceu Antunes Sampaio, 1948;
Jonas de Faria Castro, 1949;
Lima Teles e Emilio Gomes Fiaho, 1950;
Emilio Gomes Fialho, 1951;
Jonas de Faria Castro, 1952;
Aroldo Marques Sardemberg, 1953;
Anísio Figueiredo, 1954;
Orlando Teodorico de Freitas, 1955;
Carlos Costa Branco, 1956;
Newton Leopoldo da Câmara, 1957;
João Dias Ayres, 1958;
Saul Brofman, 1959;
Dalton Fonseca Paranaguá, 1960;
Elias Antonio Campanelli e Raul Infante Lessa, 1961;
Arthur Van Den Berg, 1962;
Romão Sessak, 1963;
Heber Soares Vargas, 1964;
Ascêncio Garcia Lopes, 1965;
Adolfo Barbosa Góis, 1966;
Afonso Nacle Haikal, 1967;
Emílio Gomes Fialho, 1968;
Orlando Vicentini, 1969;
João Henrique Steffen Junior, 1970;
Saul Brofman, 1971;
José Antonio Queiroz, 1972;
Pedro Vasconcellos de Barros e Walid Bem Kauss;
José Maria Pereira de Rezende, 1974 a 1976;
Máximo Gonzáles Donoso, 1976 a 1978;
Alexandre Fragoso da Costa, 1978 a 1980;
Wolney Rodrigues Wanderley, 1980 a 1982;
Paulo Roberto Moita da Silva, 1982 a 1986;
Weber de Arruda Leite, 1986 a 1988;
Mario Tadaiti Iria, 1988 a 1989;
José Luis de Oliveira Camargo, 1990;
José Eduardo de Siqueira, 1990 a 1992;
Álvaro Luiz de Oliveira, 1992 a 1994;
Samuel Silva da Silva, 1994 a 1996;
Álvaro Jabur, 1996 a 1998;
Pedro Garcia Lopes, 1998 a 2000 e 2000 a 2002;
Aparecido José Andrade, 2002 a 2005; e
Antonio Caetano de Paula, da gestão 2005/2008 à gestão 2014/2017
Beatriz Emi Tamura, na gestão 2017/2020

 

SEDE PRÓPRIA DA AML

Desde o início, os médicos que fizeram parte da AML tinham por objetivo a determinação de uma sede própria. Desde 1942 a Sociedade Médica de Londrina, que congregava médicos, farmacêuticos e dentistas da cidade, fazia reuniões em uma sala alugada na Rua Maranhão. Os profissionais de saúde dos outros setores foram se excluindo da entidade para formar associações próprias de suas classes. A Sociedade foi se fortalecendo com o crescimento do número de médicos que se fixaram na cidade e também por força de um contínuo trabalho de reciclagem por reuniões científicas e eventos.

A partir de 1944, dez anos após a emancipação política de Londrina, a Sociedade Médica de Londrina iniciou a realização de um evento anual, trazendo para a cidade os principais médicos do país. As atividades tornaram perceptível a necessidade de uma sede própria, com conforto e facilidades para o desempenho de um dos objetivos estatutários da instituição: congregar os médicos numa entidade cultural e social.

Os eventos atraiam os médicos das cidades vizinhas, graças à qualificação dos convidados e também pelo esmero na organização. Contudo, a cidade não dispunha de muitos recursos para a realização desses eventos, obrigando a uma troca constante de local para as Semanas Médicas – o evento anual mais importante. A falta de sede própria também trazia problemas para as questões administrativas da entidade. Por isso, a AML passou por várias salas alugadas ou cedidas entre 1942 e 1965. A sede já foi junto com o Aéreo Clube, na Avenida Rio de Janeiro, no Edifício Autolon, junto à Sociedade Rural e no Hotel Londrina (atual Hotel Coroados) – que era de propriedade do Dr. Newton Câmara.

Em 1956, a entidade teve uma reforma estatutária, pela qual passou a ser denominada Associação Médica de Londrina. Esse ano foi de intensa atividade, principalmente pelo esboço dos projetos da futura Faculdade de Medicina e também da sede própria. Após décadas de luta, o sonho coletivo começou a se concretizar e, em 30 de junho de 1958, foi lavrada a escritura de doação de 360,08 metros quadrados, da data 7, na quadra 38, pelo Município de Londrina e assinada pelo Prefeito Municipal, Antonio Fernandes Sobrinho.

As condições impostas pelo Município foram o início improrrogável da construção dentro do prazo de dois anos e que a construção tivesse ao menos dois pavimentos. Assim, em 1959 foi lançada a pedra fundamental do Edifício Sede da Associação Médica de Londrina, hoje A Sede Cultural – Praça 1º de Maio, 130. Na solenidade, estiveram presente o Governador do Estado, Moisés Lupion. A AML era presidida pelo médico Saul Brofman quando foi iniciada a execução do projeto do arquiteto curitibano Rubens Meister. A idéia inicial previa também salas destinadas à locação no último andar.

Em 1964, com a sede ainda em obra, foi realizada a XIX Semana Médica Regional do Norte do Paraná, cujos convidados enalteceram a coragem dos médicos londrinenses pela construção da sede. Esse congresso foi realizado com o piso em cimento bruto e com as esquadrias sem vidro. Já em 1965, a AML passou a funcionar na sede inacabada. Com muita precariedade, funcionava a secretaria e a sala de reuniões.

A realização foi fruto de uma campanha para conseguir recursos financeiros para levar o projeto adiante. Levando-se em conta que o número de sócios não chegava a uma centena, o esforço foi muito grande. Cada sócio contribuía, de acordo com suas possibilidades, com uma quantia mensal e alguns ainda faziam doação de material. Após oito anos, a obra se completou e a AML passou a ter sua sede.