Taxas da doença já aumentaram oito vezes desde 2000, impulsionadas pelas mudanças climáticas, pelo aumento da movimentação de pessoas e pela urbanização
A dengue se tornará uma grande ameaça no Sul dos Estados Unidos, no Sul da Europa e em novas partes da África, segundo especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS). A razão são as temperaturas cada vez mais altas, que criam condições para que os mosquitos transmissores da infecção se espalhem.
A doença tem sido um flagelo em grande parte da Ásia e da América Latina, causando cerca de 20 mil mortes por ano. As taxas da doença já aumentaram oito vezes em todo o mundo desde 2000, impulsionadas, principalmente, pelas mudanças climáticas, pelo aumento da movimentação de pessoas e pela urbanização.
Muitos casos ainda não são notificados. Em 2022, foram diagnosticados 4,2 milhões casos em todo o mundo e as autoridades de saúde pública alertaram que são esperados níveis quase recordes de transmissão em 2023.
No Brasil, todo penúltimo sábado de novembro é reconhecido como o Dia Nacional de Combate à Dengue. A data foi instituída pelo Ministério da Saúde para mobilizar o Poder Público e a população para a realização de ações de combate ao vetor da doença, por meio de campanhas educativas e de comunicação social.
O último levantamento do Ministério da Saúde, divulgado em 21 de agosto de 2023, apontou 1.522.338 casos prováveis de dengue no Brasil este ano. A maioria dos casos – 869.811 – ocorrem na região Sudeste.
A maioria das pessoas que contrai dengue não apresenta sintomas, o que significa que as taxas são muito mais altas do que os números relatados. Aqueles que apresentam sintomas podem ter febre, espasmos musculares e dores nas articulações tão fortes, que são conhecidas como “febre de quebrar os ossos”. Em casos graves – menos de 1% – a doença pode ser fatal.
Não há tratamento específico para a dengue, embora haja uma vacina disponível. Este ano, a OMS recomendou a vacina Qdenga, da Takeda Pharmaceuticals, para crianças de 6 a 16 anos em áreas onde a infecção é um problema significativo de saúde pública.
Sobre a dengue
Dengue é uma doença febril grave, causada por um arbovírus – vírus transmitido por picada de insetos, especialmente os mosquitos. O transmissor (vetor) da dengue é o mosquito Aedes aegypti.
Após picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea do mosquito pode transmitir o vírus para outras pessoas. Há registro de transmissão por transfusão sanguínea.
Não há transmissão da mulher grávida para o feto, mas a infecção por dengue pode levar a mãe a abortar ou ter um parto prematuro, além do fato de que a gestante está mais suscetível a desenvolver o quadro grave da doença, que pode levar à morte.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, mas em populações vulneráveis, como crianças ou idosos com mais de 65 anos, o vírus da dengue pode interagir com doenças pré-existentes e levar ao quadro grave ou gerar maiores complicações nas condições clínicas de saúde da pessoa. O risco de gravidade e morte aumentam quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo que tratadas.
A dengue é uma doença cujo período de maior transmissão coincide com o verão, devido aos fatores climáticos favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti em ambientes quentes e úmidos.
Principais sintomas:
- Febre alta, maior que 38,5ºC;
- Dores musculares intensas;
- Dor ao movimentar os olhos;
- Mal-estar;
- Falta de apetite;
- Dor de cabeça;
- Manchas vermelhas no corpo.
Sinais de alerta:
- Dor abdominal intensa e contínua, ou dor à palpação do abdome;
- Vômitos persistentes;
- Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico);
- Sangramento de mucosa ou outra hemorragia;
- Aumento progressivo do hematócrito;
- Queda abrupta das plaquetas.
Prevenção
A melhor forma de prevenir a dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando água armazenada que pode se tornar possível criadouro, como em vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.
Medidas simples podem ser adotadas, como substituir a água dos pratos dos vasos de planta por areia; deixar a caixa d’água tampada; cobrir os grandes reservatórios de água, como as piscinas, e remover do ambiente todo material que possa acumular água.
Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia – quando os mosquitos são mais ativos – proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser uma das medidas adotadas, principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia, como bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos.
Dengue em Londrina
A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), divulgou, este mês (novembro/23), o resultado do 4° Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de 2023. Os dados apontaram um Índice de Infestação Vetorial Predial (IIVP) de 2,93%.
Esse índice é resultado de uma análise realizada em 9.434 imóveis de Londrina e aponta uma situação de alerta para o município, de acordo com a classificação do Ministério da Saúde.
Foi verificado que 91% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti estão nos quintais das casas, em objetos em desuso deixados nos quintais, vasos de plantas e água da chuva armazenada. Os outros 9% foram encontrados dentro das casas das pessoas.
As regiões da cidade mais afetadas, segundo o estudo, são o Centro (3,57% de infestação) e a região norte (3,45%). Isso significa que a cada 100 imóveis verificados nessas regiões, mais de três estavam com focos positivos do mosquito da dengue. As demais regiões apresentam índice de 2,88% na região oeste, 2,51% na região leste e 2,27% na região sul.
Conforme a escala de Análise de Risco Entomológico seguida pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o IIVP acima de 3,9% é considerado de risco; entre 1% a 3,9% é estado de alerta; e abaixo de 1% é satisfatório.
De acordo com os dados, somente no ano de 2023 Londrina já teve 61.202 casos de dengue notificados, sendo 41.421 deles confirmados, 15.234 descartados e 4.547 em análise, e 29 dos casos confirmados resultaram em óbito.
Foto em destaque: Freepik
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Por Comunicação AML – Divulga e Infinita Escrita com informações do Ministério da Saúde, Agência Brasil e assessoria de comunicação da Prefeitura de Londrina
comunica.aml@aml.com.br