“Para além do seu potencial de entretenimento e do prazer da fruição estética de um filme, o cinema oferece também preciosa oportunidade de reflexão e aprendizado sobre o sujeito humano, especialmente a partir de uma perspectiva psicanalítica. Modos de vida e de sofrimento espelham-se nas telas, instigando ou mesmo capturando o espectador, despertando nele vivências de identificação e estranhamento.”
A colocação é do psiquiatra Dr. Marcelo J. Castro, do Departamento de Psiquiatria da AML e coordenador do encontro mensal Cinema e Psicanálise. Um projeto que em 2020 completa sua décima temporada consecutiva, e que, além de fazer parte de uma agenda científica-cultural da Associação é também atividade acadêmica do Programa de Residência Médica em Psiquiatria do HU/UEL.
Segundo o médico e docente, a psicanálise sempre se interessou pela produção artística e cultural nas suas mais diversas expressões. “Vários foram os expoentes mundiais da literatura e das artes plásticas cujas vidas e produções artísticas foram objeto de pesquisa psicanalítica desde os tempos de Freud, resultando em publicações ao longo de toda sua obra e na de seus seguidores até hoje. E, curiosamente, o cinema com os irmãos Lumière e a psicanálise com Freud, além de contemporâneos, ambos nasceram no mesmo momento histórico e contexto cultural da Europa no crepúsculo do século 19. E, cada um a seu modo, marcou decisiva e irreversivelmente a cultura e o pensamento humano desde os primeiros anos do século 20”, completa Marcelo Castro.
Com programação gratuita e aberta também a associados e público em geral, a sessão de cinema é realizada na primeira ou segunda terça-feira de cada mês, começando pontualmente às 18:30hs, no auditório da AML.
Após a exibição do filme, tem coffee-break e reflexão psicanalítica na forma de bate-papo informal entre os presentes e o médico coordenador. No filme estreia da temporada 2020, após a exibição de Coringa, o tema do bate-papo do psicanalista com os participantes será: Qual a origem do sofrimento?
Fonte: Material publicado originalmente no Jornal da AML – Fevereiro 2020