Dia de Combate à Hanseníase e o alerta a profissionais de saúde e sociedade

O último domingo de janeiro (26) marca o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, com alerta sobre prevenção e tratamento da doença que, desde o ano 2000, já teve aproximadamente 26 mil notificações no Paraná. Apenas em 2019, foram registrados 510 novos casos de pacientes confirmados com hanseníase no Estado, sendo 8 casos em crianças. Do total, 80% procuraram ajuda médica já em fase avançada da doença. São mais de 3 mil doentes em tratamento e acompanhamento no estado. A maioria do sexo masculino, em idade produtiva, de 20 a 59 anos. Em cada 100 doentes, aproximadamente 50 apresentam sequelas físicas.

Doença infecciosa com registro histórico e clínico desde os tempos bíblicos, a hanseníase é transmitida por uma bactéria, conhecida como bacilo de Hansen, e a contaminação acontece pelas vias aéreas superiores, por meio de espirros, tosse, fala e respiração. A doença atinge pessoas de todas as idades e muitas vezes passa despercebida, porque seu sinal mais visível, as manchas, não doem, não coçam, não incomodam. Isto faz com que o diagnóstico aconteça tardiamente, quando o doente já apresenta incapacidades físicas por comprometimento dos nervos. “O alerta do Dia Mundial é para que a população e mesmo os profissionais da saúde fiquem atentos para a doença, pois o tratamento cura a hanseníase”, explica o secretario da Saúde do Paraná, Beto Preto.

O diagnóstico de caso de hanseníase é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por meio do exame geral e dermatoneurólogico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e comprometimento de nervos periféricos.
O diagnóstico e acompanhamento são feitos pela Rede Pública de Saúde, por meio das unidades básicas e centros especializados . A Organização Mundial da Saúde indica a poliquimioterapia como terapêutica , com a associação de 3 antibióticos. O tratamento dura 6 para os casos mais leves e 12 meses para os casos mais avançados, podendo ser prolongado.

Assim que começa a fazer uso do medicamento o doente deixa de transmitir a bactéria e os sintomas, que podem provocar lesões neurais, deformidades e incapacidades, ficam mais controlados. “Por isso, a divulgação das informações sobre a doença é fundamental e tem sido um esforço constante da Secretaria Estadual de Saúde, a fim de aumentar o diagnóstico, diminuir a transmissão e evitar sequelas com o tratamento oportuno”, complementa o secretário.
“É fundamental destacarmos que a discriminação e isolamento de pacientes são etapas do passado; hoje o tratamento é eficaz e a doença pode ser curada”, disse a coordenadora da Divisão de Doenças Transmissíveis da Sesa, Mara Franzoloso.

Janeiro Roxo – Desde 2016, o Ministério da Saúde, consolidou a cor roxa para as campanhas de conscientização, orientação e prevenção para hanseníase. O Plano Estadual de Saúde, prevê manter os índices de cura dos casos de hanseníase diagnosticados na casa dos 90%. O Paraná é reconhecido nacionalmente pela manutenção desta taxa de cura. Para isso a Sesa seguirá com todas as etapas do tratamento: suspeição de casos, com monitoramento de suspeitos e pessoas próximas a ele; diagnóstico, medicamentos, e acompanhamento na atenção primária, com fluxos de encaminhamento estabelecidos à atenção secundária, terciária, referências e equipe multiprofissional.

Fonte: Portal Sesa e Portal CRM-PR

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