Entidades médicas do Paraná se posicionam contra nova tentativa de criação do Revalida Estadual

AML mantém o mesmo consenso adotado pela Associação Médica do Paraná e Conselho Regional de Medicina, que se posicionam contra a uma nova tentativa de se flexibilizar o Revalida no Paraná, criando, por meio de um projeto que tramita na Assembleia Legislativa, um modelo estadual para o exame.

Em nota, a Associação Médica do Paraná repudia veementemente a nova tentativa de flexibilizar o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida) por meio da criação de um modelo paranaense do exame, pois entende que este processo representa uma ameaça à adequada avaliação de competências, habilidades e atitudes no exercício da medicina por parte de detentores de títulos obtidos no exterior.

“O projeto que cria o Revalida Estadual, em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, preocupa também por aspectos logísticos, quanto à elaboração das questões, pois estas devem ser preparadas obrigatoriamente por professores médicos (mestres e/ou doutores), e por temas como impressão, fiscalização e até sigilo, tópicos que estão totalmente resolvidos no Revalida Nacional, que se iniciará no dia 6 de dezembro próximo e se repetirá anualmente.”  Ademais, segue a nota da AMP, “o Revalida Nacional exige dos candidatos a aprovação em etapas de análise de documentos e realização de provas práticas e teóricas que, de modo justo, idôneo e transparente, mensuram seus conhecimentos, habilidades e atitudes e, por isso, confere aos aprovados a certificação de que são capazes de oferecer a melhor assistência à população brasileira.

A AMP lembra ainda que o exame não existe apenas em nosso país, pois médicos formados no Brasil passam por exames de caráter semelhante para trabalhar no Canadá, França, Reino Unido, Estados Unidos entre outros, e reforça que “é importante relatar que eventuais carências decorrem da ausência de políticas públicas que atraiam e fixem os médicos em áreas de difícil provimento, e que o Revalida Estadual, além de não atingir as causas do problema de distribuição dos médicos, se aproveita do momento de vulnerabilidade da população para fazer valer interesses de grupos específicos, sem preocupação com o que realmente importa: a qualidade do atendimento ao paciente.”

“Ressalta-se ainda – continua a nota – que os coordenadores dos cursos de Medicina das universidades estaduais paranaenses manifestaram-se contrários a este projeto proposto por deputados estaduais, por corretamente defenderem que os interesses da população estão acima de quaisquer interesses particulares. Por isso, a AMP, através da Comissão de Defesa Profissional, está vigilante e tomará todas as medidas cabíveis para garantir a efetividade e a segurança do atendimento à população.”

Fonte: Portal AMP – 19/11/2020 – Alerta CRM-PR – 13/11/2020

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