Fabio Trevisan estreia como escritor

Médico especialista em dor é coautor de livro já lançado em nível nacional e que será lançado em Londrina na Livraria da Vila (Aurora Shopping) nesta quarta, dia 30 de novembro, a partir das 18h30. Ele fala dessa experiência e um pouco sobre a vida nesta entrevista.

Você é um dos autores do Livro “Seja Imperfeito, assuma o poder da mudança”. Como foi unir o trabalho da dor com o tema da imperfeição?

Este é um livro fantástico, feito com 25 convidados das mais diversas áreas, ele une autoconhecimento, estilo de vida, saúde e empreendedorismo, uma viagem em si mesmo. A ideia passada pelos organizadores era essa: assuma o poder de construir o seu futuro e tenha resultados em todas as áreas da vida. O meu capítulo fala do tratamento da dor. O objetivo era falar dos desafios de ser imperfeito e ter sucesso e todos nós, convidados, num primeiro momento, pensamos como faríamos para unir os dois temas, mas o desafio era justamente esse e a editora disse que isso cabia em qualquer área da vida. Daí pensei na minha área, sou médico especialista em dor, tem muitos pacientes que têm dificuldade de fazer exercício, de assumir uma alimentação mais saudável, todos temos nossos desafios, ninguém é perfeito.

E a dor crônica, se o paciente não souber lidar com ela, ela vai limitar!

Sim, para o resto da vida. Você vai deixar de fazer as coisas do seu dia a dia limitado pela dor. Decidi falar sobre isso e criei um método de tratamento para a dor. Eu já  tinha uma experiência quando fiz um curso em Harvard, vi muita coisa diferente lá que a gente poderia fazer aqui que não era feito, aproveitei a coletânea para lançar a ideia do método, que eu até já registrei, e elaborei o “Mapa da Vida Sem Dor”, os 7 passos da medicina do estilo de vida focado no tratamento da dor que vão te direcionar por um caminho para você se libertar da dor e conquistar uma nova vida. Entre os passos falo de exercício, de alimentação, controle de estresse, saúde do sono, saúde mental, relacionamentos, espiritualidade, coloquei tudo, o mapa para formar o alicerce.

Como foi pensar neste caminho?

Eu me perguntei: Por que ainda tem tanta gente que sofre com dor no Brasil e no mundo apesar de tanto avanço na medicina? 40% da população mundial sofrem com dor! Todo dia sai remédio novo, equipamento novo, procedimento novo e mesmo com tanto avanço a pessoa continua com dor! Esta é a pergunta que eu tinha na cabeça, alguma coisa de errado tem! Tratar a dor não é só você ir lá e tomar o remédio, fazer o procedimento, fazer uma infiltração, isso é só a cereja do bolo, o final, mas o alicerce que vai preparar a pessoa para receber essa cerejinha do bolo e ficar realmente transformado é a mudança do estilo de vida. Se você não muda o estilo de vida antes, isso não acontece, vai continuar com dor.

A grande questão é que não adianta tratar somente o sintoma, certo?

Exatamente, tem que agir na raiz do problema. Lancei esse método neste primeiro livro e no ano que vem ele vai virar um livro solo. Vai ser um livro mais aprofundado sobre cada um dos passos que começa com um quiz pra avaliar como está a pessoa no cuidado com a sua dor.

 

Onde será o lançamento do livro em Londrina?

Na Livraria da Vila, no Aurora Shopping, dia 30 de novembro.

Mudando um pouco de assunto, você é da diretoria da AML, certo?

Isso. Já sou da AML há muito tempo, mas estou na diretoria nesta atual gestão no departamento científico. Eu frequento a AML desde que eu era aluno na UEL, sou formado há 20 anos. A sede era no centro, participei de muitos congressos e palestras como estudante e sempre com o desejo de um dia virar sócio. Como aluno achamos que é um outro mundo! Quando inaugurou a nova sede eu ainda era aluno, via no anfiteatro as placas com os nomes dos médicos nas cadeiras e pensava: “nossa, um dia vou ter uma placa dessa com meu nome!” e hoje eu tenho. Pra quem é aluno da UEL a AML faz parte da nossa vida.

Como você vê a entidade?

As gestões anteriores não eram tão ativas, vejo que a Dra. Beatriz revolucionou a AML, ela deu um upgrade na instituição fora do comum. Garanto que você não vai encontrar ninguém que não goste dela, se ela quiser ficar lá para o resto da vida as pessoas vão bater palma pra ela, ela é competente, gentil, educada, tem muitas ideias, aceita opiniões, sou suspeito pra falar.

Como é essa experiência de estar na diretoria hoje para quem um dia, como aluno, aspirava ser membro?

É um sonho! É o que eu falei, quando a gente é aluno a gente imagina que um dia vai chegar no nível dos médicos que estão aqui e é tempo ao tempo, você chega lá se você faz um trabalho bem feito, se dedica, o resultado vem. Uma das grandes vantagens dessa atual diretoria é que ela valoriza as pessoas, eu me sinto muito valorizado lá dentro, nossas ideias são acolhidas, nossas sugestões são otimizadas.

Você é londrinense?

Nasci em Arapongas, aqui do lado. Mas estou aqui em Londrina desde quando vim fazer o segundo grau no Delta, que hoje nem existe mais. Há 20 anos ou você vinha estudar em Londrina ou não passava no vestibular. O terceirão foi aquele ano que eu só estudei. Prestei 8 vestibulares e passei em 6, foi um ano de muito estudo, passei e escolhi ficar aqui em Londrina. Fiz residência de anestesiologia aqui em Londrina também e foi lá que conheci a medicina na dor. Depois fui pra São Paulo fazer Medicina da Dor no Sírio Libanês e depois fiz a Medicina Intervencionista da Dor, que são os procedimentos. Eu já estava no Sírio Libanês, que é um hospital que vicia, você não quer mais sair de lá porque é outro mundo, então quando terminei fui ver se tinha mais algo a fazer por lá e fiz mais dois anos de UTI e mais um ano de neurointensivismo e depois mestrado, terminei o mestrado em 2019 às vésperas da pandemia.

Foi só a pandemia pra te parar então?

Sim (risos). Parei no mestrado e hoje ainda vou pra São Paulo uma vez por semana pra atender lá no Sírio. Agora estou me dedicando aqui.

A família mora aqui?

Sim, sou casado com a Karine, arquiteta, tenho filhos trigêmeos e veio certinho, misturado, dois meninos e uma menina que completaram 10 anos agora. Um dos motivos para eu querer voltar é porque são Paulo não é o melhor lugar para criar filhos. Minha família e da minha esposa são de Arapongas e resolvemos voltar pra ficar perto e ter qualidade de vida. Sou apaixonado por Londrina, meu olho brilha quando falo de Londrina.

Seu trabalho é aqui agora.

Sim, montei minha clínica aqui e os planos pra 2023 é ir pra uma sede própria. Nesta atual eu compartilho a clínica com vários médicos. Agora o próximo será o Instituto Trevisan para oferecer tudo o que eu gostaria. As coisas e reveses sempre acontecem e nos preparam, este andar da nossa clínica é alugado e tínhamos um contrato por um tempo prolongado, mas o proprietário resolveu vender e vendeu rápido. Deram o prazo pra gente sair até o fim do ano. Então cada um está seguindo o seu caminho e eu vou ter um lugar com metragem maior para poder oferecer algo que não consigo aqui.

Como a área da medicina da dor entrou na sua vida?

Durante a faculdade eu nunca tinha ouvido falar da medicina da dor. Quando fiz anestesiologia descobri que é uma subárea desta especialidade e achei interessante, algo que ninguém fazia, que tira um pouco de dentro do centro cirúrgico para fazer algo fora e segui esse caminho.

 

 

 

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