Prevenção é a principal forma de combater o câncer de pulmão

Doença que acometeu a cantora Rita Lee é muito grave e está diretamente ligada ao tabagismo; alerta é da especialista dra Ana Muzio

Rita Lee, uma das maiores cantoras e compositoras brasileiras, morreu nesta segunda-feira, 8 de maio, aos 75 anos, após uma batalha contra o câncer de pulmão. Ela recebeu seu diagnóstico em 2021 e, desde então, realizava tratamentos de imunoterapia e radioterapia. Em abril de 2022, o filho mais velho dela, Beto Lee, chegou a anunciar em suas redes sociais que a mãe estava curada do câncer, mas seguia acompanhando a remissão do tumor, que a levou nesta semana. Rita foi um ícone do rock nacional e deixou uma legião de fãs pelo Brasil e pelo mundo.

De acordo com dados de 2020 do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pulmão é um dos mais comuns, ocupando, entre os homens, o primeiro lugar em incidência mundial e, nas mulheres, o terceiro lugar. No Brasil, estimativas do Inca para o triênio 2023-2025 apontam que ocorrerão 704 mil novos casos de câncer. Nas mulheres, o câncer de pulmão figurará entre os principais, ocupando o quinto lugar, com 15 mil novos casos.

“É um câncer muito grave”, enfatiza a pneumologista dra Ana Tereza Muzio, diretora da Associação Médica de Londrina (AML). Segundo ela, um dos principais fatores de risco para o câncer de pulmão é o uso do cigarro, que Rita Lee fazia com frequência desde jovem. O tabagismo é responsável por mais de 80% dos casos de câncer de pulmão, incluindo o tabagismo passivo.

“O principal vilão é o tabagismo, porém a gente deve considerar outros fatores, como genética, histórico de câncer de pulmão na família, poluição do ar, contato com produtos químicos no trabalho, entre outros”, cita a especialista.  Ela reforça que o tabagismo não considera apenas o uso do cigarro convencional, mas todas as formas de consumo de tabaco, como charuto, narguilé e cigarro eletrônico.

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A pneumologista Dra Ana Muzio, diretora da AML, alerta que os fumantes devem realizar  acompanhamento pulmonar com frequência/ Foto: Arquivo Pessoal

 

O diagnóstico do câncer de pulmão é realizado por meio de um exame de imagem. O paciente vai ao consultório, realiza um raio-X de tórax, que é um exame mais superficial, e quando o especialista nota alguma alteração no raio-X, normalmente ele pede, em seguida, uma tomografia de tórax.

“E quando o paciente é diagnosticado com câncer de pulmão, são feitos vários outros exames para verificar se a doença está só alojada nos pulmões ou se pode ter havido metástase, com o comprometimento em outros órgãos”, destaca a pneumologista.

Sobre o tratamento, doutora Ana Tereza explica que é necessário primeiro descobrir em que grau está o tumor, se é um estágio mais inicial ou mais avançado. “Ele é classificado de acordo com a gravidade e baseado nesse estágio é proposto o tratamento, que muitas vezes pode ser radioterapia, quimioterapia e até mesmo cirúrgico.”

A pneumologista alerta que a prevenção é a ação ideal para combater o câncer de pulmão. “A prevenção é o mais importante: primeira coisa, evitar o tabagismo. Se a pessoa fuma, ela deve procurar tratamento para parar de fumar. E o fumante precisa fazer uma avaliação pulmonar periódica com um médico especialista para saber se há algum comprometimento nos pulmões e acompanhar como ele está evoluindo.”

Doutora Ana reforça também sobre a importância do diagnóstico precoce, porque “quanto mais cedo diagnosticar, o tratamento se torna melhor”. “O tratamento de um paciente que fuma e nunca vai ao médico e de repente descobre um câncer em estágio avançado é muito mais difícil. Por isso, o ideal é que a pessoa nem fume e os que fumem procurem tratamento para parar de fumar.” Ela destaca que muitos pacientes com câncer de pulmão em estágio médio, que passam por cirurgias para a retirada do tumor, ficam bem, mas que o acompanhamento médico é fundamental. “Já que no estágio grave, que muitas vezes não dá para operar e o paciente já está com metástase, a sobrevida é pequena.”

A pneumologista lamenta que muitos pacientes fumantes ainda não fazem acompanhamento e só procuram o atendimento médico quando já estão muito ruins de saúde. “O câncer de pulmão demora para mostrar sintomas mais graves, às vezes a pessoa só tem uma tosse crônica. E muitas vezes, quando o paciente vem na consulta e faz exames, ele descobre que já está no estágio muito avançado do tumor. Por isso que a gente fala que a prevenção e o acompanhamento médico salvam vidas”, finaliza a médica.

Por: Comunicação AML – Divulga e Infinita Escrita

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