Coordenado pela médica associada AML Dra. Jaqueline Dario Capobiango, Vacina já, Londrina! tem como objetivo combater a desinformação, aumentar a cobertura vacinal e valorizar o papel dos futuros médicos na promoção da saúde
A vacinação é um dos pilares mais importantes da saúde pública, contribuindo para a redução da mortalidade infantil e a prevenção de doenças infectocontagiosas. Pensando nisso, a Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Londrina (UEL) lançou em abril de 2025 um projeto de extensão que seguirá até 2027 com ações de divulgação científica sobre vacinas nas redes sociais.
Coordenado pela médica associada AML Dra. Jaqueline Dario Capobiango, pediatra e infectologista, o trabalho tem como objetivo combater a desinformação, aumentar a cobertura vacinal e valorizar o papel dos futuros médicos na promoção da saúde. A Associação Médica de Londrina apoia e valoriza a iniciativa.
‘Influenciadores da saúde’
O projeto “Prevenção de doenças infectocontagiosas por meio da divulgação das campanhas de conteúdo científico relacionado por meio das redes” conta com a participação de 20 alunos de Medicina da UEL, que, semanalmente, produzem conteúdos educativos sobre imunização no Instagram @imuniza.londrina. O material é sempre revisado por professores e baseado em referências seguras como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde e as sociedades médicas especializadas.
Segundo a Dra. Jaqueline, a ideia é empoderar os estudantes para que se tornem multiplicadores de informação, levando conhecimento de qualidade tanto para a comunidade acadêmica quanto para a população em geral. Além da presença digital, os alunos também realizam ações presenciais nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), distribuindo folders e cartazes com o QR code que direciona para o Instagram do projeto.
Resultados do Vacina já, Londrina!
Em apenas três meses de atividade, o perfil Vacina já, Londrina! publicou 27 conteúdos, conquistou 369 seguidores e ultrapassou 6,2 mil visualizações em julho de 2025 – um crescimento de 13% em relação a junho. A maior parte do público vem do Hospital Universitário de Londrina (HU), mas o alcance do projeto tem se expandido progressivamente.
Os primeiros posts abordaram a segurança das vacinas, sua composição e eficácia, desmistificando receios comuns da população. Além disso, o perfil divulga o calendário nacional de vacinação, campanhas do Ministério da Saúde e informações sobre doenças como gripe, pneumonia, sarampo e Covid-19. “Nosso foco inicial é divulgar as campanhas de vacinação da rede nacional, que são gratuitas, e depois partir para as clínicas particulares”, diz a médica.
Ela destaca que, atualmente, o Brasil enfrenta uma queda preocupante na cobertura vacinal, o que aumenta o risco de retorno de doenças já controladas, como poliomielite, difteria e sarampo. Apenas para o sarampo, por exemplo, a cobertura ideal é de 95% da população vacinada para garantir imunidade de rebanho, mas os índices atuais estão bem abaixo desse número.
“Recentemente, o país registrou casos importados de sarampo, inclusive em Palmas (TO), evidenciando a necessidade de reforçar a imunização”, alerta a médica, destacando a importância das campanhas voltadas para a vacinação de bebês de 0 a 6 meses, faixa etária especialmente vulnerável a infecções graves.
Outro desafio, de acordo com a médica, é a queda na adesão à vacina contra influenza e Covid-19, principalmente entre crianças e idosos, o que aumenta o risco de complicações e mortes evitáveis.
Combate à desinformação
Um dos grandes diferenciais do projeto de extensão da UEL é o uso estratégico das redes sociais para combater informações falsas sobre vacinas. A equipe de alunos e professores reforça que, muitas vezes, as pessoas não acreditam no que não podem ver e, por isso, doenças como a poliomielite e a difteria, que praticamente desapareceram graças à vacinação, podem voltar se a população deixar de se imunizar.
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Por Comunicação AML – Infinita Escrita