Abril Azul: autismo afeta uma em cada trinta crianças nascidas no mundo

A campanha Abril Azul incentiva o debate sobre os avanços e desafios enfrentados por indivíduos no espectro autista e suas famílias

Abril Azul:  autismo afeta uma em cada trinta crianças nascidas no mundo
Imagem de jcomp no Freepik

 

O que você sabe sobre autismo? No Abril Azul, mês definido pela ONU (Organização das Nações Unidas) para marcar a campanha mundial de conscientização sobre o autismo, a AML (Associação Médica de Londrina) convida o neurologista e associado Aparecido José Andrade para explicar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA)  e incentivar a reflexão sobre os avanços e desafios enfrentados por indivíduos no espectro autista e suas famílias. 

O dia 2 de abril celebra também o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, uma oportunidade para promover um mundo mais inclusivo e com menos preconceitos. 

Falar sobre esse tema é fundamental. Atualmente, a cada 30 crianças nascidas no mundo, uma tem autismo, resultando em uma incidência de 3,5% entre todos os nascidos, de acordo com o centro de epidemiologia dos EUA.

Conforme explica o Dr. Andrade, há uma forte tendência de elevação das estatísticas, mas ainda não há uma resposta exata que explique a tendência. São hipóteses a melhora no conceito diagnóstico, melhor compreensão das variáveis clínicas e causas genéticas primárias associadas a outras patologias neurológicas sequelares ou evolutivas, entre outras.

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O que é autismo?

 Dr. José Aparecido Andrade revela que o autismo foi definido pela primeira vez pelo psiquiatra austríaco Leo Kanner, em 1943,  como um quadro caracterizado por isolamento extremo, obsessividade, estereotipias e ecolalias.

“Atualmente o autismo é compreendido de forma mais ampla. É uma síndrome comportamental que se manifesta por déficit de interação social, com dificuldade de relacionamento social associado a déficit de linguagem, isolamento social, ecolalias, estereotipias, repetitividade, persistências em manter foco em um ato e auto e heteroagressões”, explica.

E qual a diferença entre autismo e TEA?

 O chamado Transtorno do Espectro Autista, na verdade, é um novo modelo de classificação clínica, que  inclui o Autismo anterior, Asperger, Transtorno Desintegrativo da Infância e Global do Desenvolvimento. “É uma denominação que nos torna mais aptos a entender a diversidade dentro desse espectro”, explica o Dr. Andrade, lembrando que classificações e critérios estão preenchidos no CID-10 e CID-11, assim como no DSM-4 e DSM-5 evolutivamente.

O especialista informa que o diagnóstico  de TEA deve respeitar as diversas variáveis clínicas, levando em conta os sinais clínicos leves do quadro, pois ainda há uma tendência a interpretar o autismo de acordo com o modelo de Kanner. “Porém, é importante lembrar que uma manifestação isolada não determina o autismo.”

Com o avanço das terapias específicas, o diagnóstico precoce tornou-se mais comum, acelerando certas manifestações clínicas e suas reversões. “Sabemos que sintomas como atraso da fala, controle de esfíncter, controle comportamental, melhora de interação social e dos comprometimentos neurossensoriais se abreviam quando estimulados adequadamente”, diz o neurologista, lembrando que terapias e intervenções adequadas, bem como encaminhamento para escolas e atividades compatíveis com a idade, são essenciais após o diagnóstico.

Após o diagnóstico do autismo, a orientação dos médicos deve incluir o alerta sobre maior risco de epilepsia na infância e  comorbidades como TOD  (Transtorno Opositor Desafiador) e outros comportamentos agressivos. 

“Terapias e intervenções adequadas, bem como encaminhamento para escolas e atividades compatíveis com a idade, são essenciais após o diagnóstico”, acrescenta o Dr. Andrade.

O autismo deve ser encarado como uma condição comportamental associada a distúrbios do desenvolvimento, com uma ampla gama de sinais e sintomas clínicos. A associação com o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) é significativa e não deve ser negligenciada no tratamento.

“É fundamental que professores, médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e outros profissionais estejam atentos para evitar erros diagnósticos que possam prejudicar o desenvolvimento das pessoas no espectro autista”, conclui o nosso associado.

Por Comunicação AML – Divulga e Infinita Escrita 

comunica.aml@aml.com.br

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