Sob a coordenação do psiquiatra associado AML Dr. Marcelo José Castro, as sessões gratuitas acontecem sempre na última segunda-feira de cada mês, de março a novembro
A temporada 2025 das sessões gratuitas Luz.. Câmera…Pulsão! – Encontros de Cinema e Psicanálise, que acontecem na AML Cultural sob a coordenação do psiquiatra e psicanalista associado AML Dr. Marcelo José Castro, começa na segunda-feira, 24 de março, com a exibição do filme A Substância, vencedor de diversas premiações, incluindo melhor roteiro no Festival de Cannes e o Globo de Ouro e o SAG Awards de melhor atriz para Demi Moore.
“O Cinema e Psicanálise é um projeto cultural com visão psicanalítica e ênfase em temas ligados à saúde mental, ao sofrimento psíquico, ao que a gente chama em psicanálise de modos de subjetivação, modos de ser, modo de existir na sociedade contemporânea, na atualidade e na complexidade da vida das grandes cidades”, define o coordenador.
As sessões acontecem sempre na última segunda-feira de cada mês, de março a novembro. “Os filmes vão sendo decididos à medida que as associações de ideias e sugestões vão vindo. Não temos uma lista porque gostamos dessa flexibilidade”, explica o médico.
“Eu faço uma análise fílmica ou convido alguém para bater um papo, discutir, e a plateia vai participando também. E é uma coisa bastante informal”, diz o Dr. Marcelo, que costuma seguir uma linha de pensamento durante sua fala, sempre mantendo a abertura para o público, inclusive para o público não especializado. “Muitas vezes temos estudantes de Medicina e Psicologia, jornalistas, professores, pedagogos, é bastante livre.”
Segundo ele, “apesar da pegada psicanalítica, há a participação de pessoas de outros campos do saber que faz uma diferença muito legal”. “É bom. Às vezes, é uma mãe que está ali interessada e o tema falou alguma coisa sobre adolescência, infância, maternidade. Às vezes rola um tema com uma interface, por exemplo, jurídica.”
“Então, quando a gente tem ali advogados, pedagogos, professores é muito interessante, é muito rico, justamente porque o encontro parte da psicanálise para promover uma abertura para a participação e contribuição de todos os campos do saber. É um evento realmente destinado ao público, inclusive o público leigo. Faz muito bem”, convida o médico.
As sessões envolvem a exibição do filme, geralmente a partir das 18 horas, e após um breve intervalo para um café, o médico coordena o debate, que termina às 22 horas.
Para ele, o grande ponto positivo das sessões de Cinema e Psicanálise é a qualidade dos bate-papos. “São debates muito interessantes, muito curiosos. As pessoas trazem percepções e perspectivas que se somam. Então, é um encontro, apesar de informal, que não deixa de ser muito profundo muitas vezes. Tangencia pontos de muita atualidade, qualquer que tenha sido o filme. Mesmo um filme bem clássico, a gente vê a atualidade dos temas que ele suscita para reflexão.”
De acordo com o Dr. Marcelo, o conteúdo e o formato leve dos encontros promovem uma discussão com duração máxima de até uma hora e meia. “Hoje, o grande ponto negativo que a gente vem percebendo desde a retomada após a pandemia, quando os encontros eram exclusivamente online, é que o público está mais acanhado. Está crescendo, mas a gente tem visto 40 pessoas no máximo”, reflete o coordenador.
Na opinião dele, um patrocínio para o coffee break também seria bem-vindo. “E um grande sonho que nós temos é que haja um patrocínio para um tratamento profissional do evento, do ponto de vista de filmagem. A gente gostaria muito que ele pudesse ser filmado e, se possível, transmitido ao vivo”, comenta o psiquiatra.
Cinema e Psicanálise: parceria com a AML
O psiquiatra e psicanalista já se dedicava às sessões de cinema e psicanálise muito antes da parceria com a AML, quando a Associação Brasileira de Medicina Psicossomática realizava encontros mensais sobre cinema em Londrina. “É um exercício muito interessante, cultural, educativo, pedagógico ao qual eu já me dedico há bastante tempo e que me agrada muito.”
Dr. Marcelo também instituiu encontros de cinema e psicanálise quando foi convidado a ser docente colaborador da Residência em Psiquiatria da UEL (Universidade Estadual de Londrina). “Comecei a colocar essa atividade dentro da Residência Médica e a gente fazia reuniões com os residentes em casa mesmo, mensalmente, para ver e discutir um filme de interesse para a saúde mental, para a psicanálise e para a psiquiatria.”
A parceria com a AML surgiu a partir daí: “A atividade ficou legal, se consolidou e o Departamento de Psiquiatria da Associação Médica perguntou se a gente não poderia começar a fazer as reuniões na sede administrativa da AML”, recorda o psiquiatra, lembrando que as sessões entraram no calendário cultural mensal da AML em 2010.
“Primeiro, a AML cedeu para nós o anfiteatro na Harry Prochet e depois da pandemia, retomamos a programação já na sede cultural, na AML Cultural, onde vem funcionando mensalmente”, completa o médico.
Apesar de ter trabalhado como médico psiquiatra, inclusive na psiquiatria institucional, em hospitais psiquiátricos, Dr. Marcelo se encontrou realmente no campo da psicanálise. “Me vejo bastante comprometido com a transmissão da psicanálise. Ela contribui para uma leitura não somente do indivíduo, mas do tempo em que ele vive. Dos aspectos sociais, psicossociais e psicoculturais que implicam em modos de sofrimento, em prejuízos e desafios para a vida urbana contemporânea.”
Para o médico, Londrina tem muito a lucrar com as sessões de cinema e psicanálise na AML Cultural. “É uma cidade fervilhante de atividades culturais, bastante universitária e que tem um espaço interessante e fértil para o diálogo estimulado pela visão psicanalítica”, avalia.
“A importância da psicanálise desde os tempos de Freud é inegavelmente grande, pois é realmente o campo de conhecimento que promoveu a maior revolução em todos os demais campos de conhecimento desde o início do século 20”, finaliza o psicanalista.
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Por Comunicação AML – Infinita Escrita