Janeiro Branco 2024: pesquisa indica que 52% dos brasileiros se preocupam com saúde mental

Campanha Janeiro Branco 2024 alerta para a importância de quebrar estigmas e incentivar o diálogo aberto sobre saúde mental

 

Janeiro Branco 2024: pesquisa indica que 52% dos brasileiros se preocupam com saúde mental

A campanha Janeiro Branco  é uma iniciativa anual de alerta para os cuidados com a saúde mental e o bem-estar emocional. A iniciativa é do Instituto Janeiro Branco, que busca quebrar estigmas, incentivar o diálogo aberto sobre questões emocionais e fornecer ferramentas práticas sobre saúde mental.  

Dados reforçam a relevância da campanha. Afinal, cinco em cada dez brasileiros (52%) acreditam que a saúde mental é o principal problema do país em termos de bem-estar da população, de acordo com a pesquisa “Global Health Service Monitor 2023” realizada pela Ipsos. 

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O Janeiro Branco 2024 trata do tema “Saúde Mental enquanto há tempo! O que fazer agora?” O objetivo é chamar a atenção para a importância de ações pessoais, medidas institucionais e apoio de políticas públicas em prol da qualidade de vida. 

A escolha do mês de janeiro para levantar esse debate tem um motivo: no início do ano, as pessoas costumam avaliar suas vidas, relacionamentos e objetivos, É um momento, portanto, para projetar, escrever e desenhar nossos sonhos e expectativas para o novo ciclo que se inicia.

O convite dos ativistas é que as pessoas ampliem conhecimentos sobre o tema, integrando práticas de saúde no dia a dia. É uma oportunidade, também, para levar a discussão para dentro dos grupos dos quais participamos, além de cobrar das autoridades que façam investimentos e ações concretas em relação ao bem-estar social e à saúde mental. 

A preocupação com a saúde mental vem crescendo no Brasil e no mundo pelo menos desde 2018, quando a Ipsos começou a monitorar a percepção das pessoas sobre o tema.

Em 2018, 18% dos entrevistados mencionaram a saúde mental como tema de maior preocupação. Na onda seguinte, feita em 2020, foram 27%. Em 2021, o valor deu um salto: 40% dos brasileiros já se sentiam de alguma forma afetados pela questão. Em 2022, o número avançou para 49%. Comparativamente, a média global de preocupação com a saúde mental está em 44% na onda de 2023. Desde que a pesquisa começou a ser feita em 2018, as preocupações com a saúde mental aumentaram 17 pontos percentuais (pp).

Janeiro Branco 2024: Dicas para melhorar a saúde mental

Estar mentalmente saudável, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é muito mais do que não ter doenças mentais. É o estado de bem-estar no qual uma pessoa consegue desempenhar suas habilidades, lidar com as inquietudes da vida, trabalhar de forma produtiva e contribuir para a comunidade.

Em junho de 2023,  a Organização Panamericana de Saúde (Opas) recomendou que líderes e tomadores de decisão dos países das Américas garantam que a saúde mental seja colocada no topo das agendas políticas e integrada a todos os setores, a fim de enfrentar o agravamento das condições de saúde mental na região devido à pandemia da COVID-19.

Relatório publicado à época constatou que “a saúde mental é historicamente uma fonte significativa de incapacidade e mortalidade nas Américas, sendo responsável por quase um terço de todos os anos vividos com uma incapacidade. A pandemia da COVID-19 aumentou ainda mais os fatores de risco para problemas de saúde mental, incluindo desemprego, insegurança financeira, luto e perdas.”

Apesar do alto nível de problemas de saúde mental na região, a grande maioria das pessoas com um problema de saúde não recebe os cuidados de que precisa. Em 2020, mais de 80% das pessoas com um problema grave de saúde mental, incluindo psicose, não receberam tratamento.

A OPAS destaca que a falta de acesso ao cuidado se deve a fatores que antecedem a pandemia, incluindo:

  • Baixo investimento, visto que apenas 3% dos orçamentos de saúde dos países são alocados para a saúde mental; 
  • Dependência de hospitalização de longa permanência quando a maioria dos problemas de saúde mental pode ser resolvida na comunidade; 
  • Escassez crônica de trabalhadores de saúde mental capacitados; e acesso reduzido a serviços para aqueles que vivem em situações de vulnerabilidade.

Diante dessa realidade, a organização recomenda aos países:

  • Elevar a saúde mental em nível nacional e supranacional.
  • Integrar a saúde mental em todas as políticas.
  • Aumentar a quantidade e melhorar a qualidade do financiamento para a saúde mental.
  • Garantir os direitos humanos das pessoas que vivem com problemas de saúde mental.
  • Promover e proteger a saúde mental ao longo de todo o ciclo de vida.
  • Melhorar e expandir os serviços e cuidados de saúde mental baseados na comunidade.
  • Fortalecer a prevenção ao suicídio.
  • Adotar uma abordagem transformadora de gênero para a saúde mental.
  • Abordar o racismo e a discriminação racial como um dos principais determinantes da saúde mental.
  • Melhorar os dados e as pesquisas sobre saúde mental.

A Associação Médica de Londrina (AML) apoia o Janeiro Branco 2024 e se integra à causa. Se você está passando por momentos difíceis ou conhece alguém que precisa de ajuda em relação à saúde mental, é importante procurar um médico.

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